De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum da doença entre os homens brasileiros, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma.
Uma descoberta científica recente pode causar mudanças significativas na forma como o câncer de próstata é diagnosticado, possivelmente reduzindo a necessidade da realização de biópsias.
A novidade veio a público por meio de um artigo publicado no Journal of Urology em agosto de 2019. O estudo foi conduzido por pesquisadores de oncologia molecular do instituto Barts Center que faz parte da universidade Queen Mary, localizada em Londres.
Trata-se de um novo exame de sangue para marcadores da doença, que avalia a presença de células cancerígenas na corrente sanguínea. No estudo, esse exame foi combinado com os resultados do exame de PSA (sigla em inglês para antígenos específicos da próstata).
Como foi feito o estudo
Durante a pesquisa, os cientistas submeteram um total de 253 homens ao novo exame de sangue; 98 deles tinham suspeita de câncer e não haviam realizado a biópsia e 155 já tinham o diagnóstico confirmado mas sem começar qualquer tratamento.
Por meio do novo teste, os pesquisadores observaram que a presença de células cancerígenas nas amostras de sangue era preditiva do câncer de próstata, que acabava sendo confirmado pelo resultado das biópsias.
Avaliando as células cancerígenas na corrente sanguínea, os estudiosos também conseguiram determinar a agressividade do tumor. Quando combinado com o exame de PSA, o novo exame de sangue foi capaz de prever a presença do câncer de próstata nos homens que ainda fariam a biópsia com precisão de 90%.
O próximo passo, a partir dessa descoberta, é a realização de outras investigações científicas para confirmar os achados dos pesquisadores de Londres.
A expectativa do grupo é que o novo exame de sangue para diagnóstico do câncer de próstata esteja disponível depois de um período entre 3 e 5 anos a partir da conclusão dos estudos de validação.